sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Medos


"Precisamos de homens que mantenham o olhar voltado para Deus e aí aprendam a verdadeira humanidade. (...) Só através de homens tocados por Deus, Deus pode voltar para junto dos homens".
"Só o Amor pode salvar o mundo".
São afirmações categóricas, urgentes, determinadas, estas de Bento XVI.
Palavras que iluminam e desbravam os caminhos que havemos de percorrer enquanto pessoas crentes, enquanto discípulos do Ressuscitado, enquanto membros vivos de uma Igreja que tem por missão «falar» d'Aquele que é Caminho, Verdade e Vida.
Se «só o amor pode salvar o mundo» então apenas o amor pode salvar a Igreja; então somente a fidelidade à Cruz pode salvar o Homem que somos que queremos ser. Só o amor, sempre ao jeito de Jesus, nos conseguirá transformar em «homens que mantenham o olhar voltado para Deus», em «homens tocados por Deus» para que Ele possa, verdadeiramente «voltar para junto dos homens».
«O medo mata antes antes de se morrer»!
O medo, o medo da Cruz, o medo do que significa sepulcro vazio (vitória da verdade e da vida, vitória da humildade e do despojamento, vitória da simplicidade e da entrega) consegue simplesmente anestesiar a grandiosidade a que somos chamados!
O medo de se ser verdadeira e totalmente de Deus atrasa a redenção, asfixia a liberdade, oprime a justiça, atordoa a força do Espírito em nós!
Medo das «confusões», das multidões, dos «apertos»!!!
De facto, o medo, o comodismo, o «light» em que deixámos cair a nossa fé e a nossa adesão ao Evangelho não consegue trazer Deus para junto dos homens!
Quando se perde a dimensão do encanto e do espanto, da gratidão e da surpresa, estamos, simplesmente, condenados à banalidade, ao «sono», ao epidérmico, ao acessório, deixando fugir a beleza do essencial, do profundo, do «novo», do definitivo, do eterno...
Mas haverá sempre alguém a «gritar» aos nossos «sonos»: «Só o Amor pode salvar o mundo»!

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