sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mãos Seguras


Segurar a mão de alguém parece um gesto simples, mas é muito mais do que um interligar de dedos ou mãos. As mãos são uma parte essencial do corpo. Com as mãos constrói-se, alimenta-se, segura-se, cumprimenta-se, toca-se, luta-se, são como ferramentas do corpo humano. Segurar a mão de outra pessoa, especialmente quando treme, quando mostra insegurança, é forçar uma pausa, é congelar um momento. Segurar a mão de alguém é ligarmo-nos a outro ser momentaneamente, é entrelaçar a nossa vida com outra, é uma promessa, um compromisso, é uma demonstração de que não tem que enfrentar o mundo sozinha, que nós estamos com ela, que tomámos o mesmo caminho. É um gesto tão natural como o sentimento que o impulsiona. Segurar outra mão é unirmo-nos numa pausa individual, é uma forma de afecto, como o beijar, o abraçar, o amor… muitas vezes é isso mesmo, o beijo ou o abraço que não nos atrevemos a pedir ou a dar, ou simplesmente o amor. Este acto, este entrelaçar dedos como se entrelaçam as linhas da manta que nos aquece e reconforta, transforma-nos, mas as suas verdadeiras intenções têm sido tão banalizadas que fugimos dele… quando é nele que nos queremos encontrar. Temos tanto medo de sentir as nossas mãos seguras…

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